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Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os mercados e outras conversas - A. Pedro Ribeiro




"Estou à espera de um guia que me leve pela mão" (Ian Curtis). Estou à espera de um guia que me conduza ao Graal. Ao reino da fraternidade e da abundância. Não mais esta terra inóspita. "Consegues imaginar o que será de nós, ilimitados e libertos, desesperadamente necessitados da mão de um estranho num mundo desesperado?" (Jim Morrison). Consegues imaginar-nos, ilimitados e libertos? Tens de pensar, de acreditar no reino da luz. Segue-me. Vamos ter com Zaratustra à montanha. Esquece a cidade, esquece o mercado. Vamos ver o profeta maldito. Este é o caminho que conduz a nós mesmos. Este é o caminho do solitário, do cavaleiro da demanda. É o único que tens. Já te afastaste do reino da economia e dos mercados. Talvez encontres Jesus pelo caminho. Mas Jesus não é mais do que Zaratustra. Sente o amor, companheiro. Sente o amor, aqui nas alturas. A eternidade que amo. Ilimitados e libertos, como cantou o Jim. O outro profeta. Estou a escrever o livro. Estou a escrever o livro da celebração e da vida. Não há volta a dar-lhe. Bebo o Graal com Jesus, Morrison e Zaratustra. No alto da montanha. (...) Do alto da montanha contemplo o mundo. És minha, ó eternidade! Vou escrever o livro, o grande livro que muitos lerão. Ó leão, ó menino! Desceste às profundezas de ti mesmo e agora é-te difícil regressar ao mundo da norma e do trabalho. Odeias o mundo da norma e do trabalho! Vieste para algo de diferente, algo de superior. Vieste para quebrar as cadeias. Vieste para libertar os cativos. Vieste trazer a mensagem.


"I've been waiting for a guide to come and take me by the hand" (Ian Curtis). I've been waiting for a guide to lead me to the Grail. To the realm of brotherhood and plenty. No more this waste land. "Can you picture what will be, so limitless and free, desperately in need of some stranger's hand in a desperate land?" (Jim Morrison). Can you picture us, limitless and free? You've got to think, to believe in the realm of light. Follow me. Let's meet Zarathustra in the mountain. Forget the city, forget the market. Let's see the accursed prophet. This is the path that leads to ourselves. This is the path of the lonely, of the knight of the quest. It's the only one for you. You've parted with the realm of economy and markets. Maybe you'll find Jesus on the way. But Jesus is no more than Zarathustra. Feel the love, brother. Feel the love, here on the highlands. Eternity I love. Limitless and free as Jim sang. The other prophet. I'm writing the book. I'm writing the book of celebration and life. No way back. I drink from the Grail with Jesus, Morrison and Zarathustra. On the top of the hill. (...) From the top of the hill I contemplate the world. You are mine, oh eternity! I will write the book, the great book that many will read. Oh lion, oh child! You have descended to the depths of yourself and it is now hard to come back to the world of the norm and work. You hate the world of the norm and work! You have come for something different, something greater. You have come to break the chains. You have come to release the captive. You have come to deliver the message.


Eu não me adapto, eu transformo.


Quando Glauber chorou
no colo do Darcy
por uma manhã inteira
chorou pelo Brasil
não é na base do fuzil
a superação do espetáculo
é por meio de um atalho.
vai acontecer naturalmente
vai ser bonito pa caramba
E a solução do desemprego
vai ser a morte do trabalho
todo mundo numa boa
mas você não tá preparado
você adora uma cangalha
você adora ser montado
chama o organizador
pra você ser organizado.
Ninguém é livre você diz
é a tal de consciência
subjetivo é ser feliz
objetivo é concorrência
e todo mundo olha o refrão
já tá saindo pelos poros
economia não tem poesia
Eu não me adapto, eu transformo
E o mundo, mundo
é vasto mundo
às vezes rio, às vezes choro
e se mais vasto é o coração
Eu não me adapto, eu transformo
Porque o meu olho é alquimia
e eu sou senhor de tudo
eu não sou bem, eu não sou mal
eu não sou raso, eu sou profundo
sou Rei Lagarto, Homem Total
eu não sou negro, eu não sou branco
yo mi sucedo a mi mismo
eu não compito, eu existo
E quando você estiver
envelhecido com o tempo
e esmagado pela forma
adaptado a adaptar
sobreviver e não viver
assim como Pablo Neruda
eu confesso que vivi
às vezes rio, às vezes choro
mas a este seu mundo…
Eu não me adapto, eu transformo!


                                      Fab Palladino


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